sábado, abril 29, 2006

Salada de Frutas

Salam Sow, o mago africano.
Pleno de pujança, força e tranças, este 10 guineense chegou a Belém, terra onde Jesus nasceu, cheio de promessa.
Mas promessa não paga dívida, e o bom do Salam ficou em dívida para com os adeptos que gostam de bom futebol. Pois de boas intenções está o inferno cheio.

Ricardo, o Carvalho, tinha um caniche em cima da cabeça, nos tempos da colectividade de Leça da Palmeira. Essa pequena deficiência capilar foi quiçá incentivada pelo anafado Jefferson, jogador que não deixou saudades, mas deixou concerteza um belo rasto de azeite.

Velli Kassoumov, um ponta de lança de reputação, chegou a Setúbal com o golo no coração. Porém, o coração sozinho já não chegava, pois o seu joelho o do Esmantorras imitava. Velli era azeri, mas a sua saúde já não morava aqui.

João Manuel Pinto. Este senhor formava uma aliança com o salgueirista Marcos Severo, que tinha o intuito de manter o espírito de Eric "Eurico" Cantona vivo nas jornadas lusas. Porém, dizia-se à boca pequena que afinal as usuais golinhas levantadas não eram senão uma forma de impedir que o gel escorresse do cabelo para a camisola.
Com golinha ou sem ela, o outro dos outros Joões Pintos tinha a capacidade de fazer rir as bancadas pela sua forma peculiar de interpretar esse belo e didáctico jogo a que chamamos futebol. Por outras palavras, o tipo era uma nódoa.
Depois de deixar a sua marca na Invicta cidade como ponta de lança nas horas vagas, este vagabundo do rectângulo rumou a Sul para criar uma inolvidável dupla de nódoas centrais com "O Rim" Argel e formar uma "clique" de frequentadores de tascas com Fernando Aguiar e Pesaresi. Tudo isto na inolvidável época de 2001/02 para os lados da Luz, que viu emergir do nada dois sucessores de Amál...perdão, Eusébio: Pepa e Mawete Júnior, a dupla ofensiva do Dream Team/Benfica Europeu de início de Século.

Finalizando com fogo de artifício técnico-táctico, vou abrir-vos o meu coração torturado pelas vicissitudes da vida e dizer-vos com toda a frontalidade que o Rui Campos só está aqui, porque tem uma expressão de derrotado da vida de sobremaneira depressiva. Para além disso, (tal como o Emanuel do sempre pujante e vitaminado Académico de Viseu no posto anterior) o homem parece ter no mínimo idade para ser pai de metade do plantel da equipa que com galhardia representa.

É assim a vida. Mais curta que comprida.

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